miércoles, 12 de abril de 2017

Mi poema traducido

Encontré uno de mis poemas traducido al portugués por Alberto Augusto Miranda... me conmoví. Muito obrigado.



Orfã

A Georg Trakl

Pai,
A noite está ferida, geme como um animal
E as hostes do tempo cheiram o meu medo.
Na superfície escura partem-se os cântaros
Derramando o sangue dos pássaros.

Na aldeia da órfã
As crianças murcham sob a voz de um deus sodomita.

A criança vento
Procura dormir nos campos.
Ouve como os anjos choram arrancando as suas asas
Em sacrifício de amor.

Há um lugar nos teus olhos, pau,
Onde as lamparinas de azeite alumiam,
Cobres com folhas de outono a minha nudez
E a água tinge-se de lua

A órfã dança nos negros arbustos
Que coroam a tua fronte.

Pai
O meu corpo roda no campo de restolhos
Enquanto a chuva negra começa a cair.*

Desde a tumba, pai,
A noiva do vento cantar-nos- á aos dois.

Pai,
Atrás de mim
Os dementes mortos fedem.
Assaltarei o bosque
Para procurar a órfã e a irmã que perdeste.

Pai, choverás sempre nos meus olhos…

Chora órfã,
A órfã
É o meu espelho

Pai, lança o meu corpo às parcas
Para que teçam a nova humanidade com a minha carne.

-Cristina Pavón B.


No hay comentarios:

Publicar un comentario